quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Características e informações técnicas sobre a obra



Procurando por informações que incrementassem mais nossa pesquisa, achamos o site da construtora que realizou a obra do Pavilhão de Portugal. O site expõe as características do pavilhão, assim como informações técnicas e valores da obra.

"Características

O Pavilhão de Portugal foi uma das estruturas mais emblemáticas e de posição mais central no recinto da EXPO’98, tendo exercido igualmente uma função protocolar durante a exposição.

O pavilhão é constituído por dois corpos: a Praça Cerimonial, um espaço aberto de concepção arquitectónica arrojada, e o Pavilhão de Portugal propriamente dito, com cave e dois pisos, que se desenvolve em torno de um pátio interior.

A casca da cobertura da praça, com uma área aproximada de 3.250 m2, tem a particularidade de ser composta por um único vão curto com 65 m de comprimento e 50 de largura, atingindo o tecto uma altura máxima de 17 m nas extremidades laterais e mínima de 14 m no meio do vão. A área coberta total é de 3.762 m2, tendo a estrutura um comprimento total de 82,5 m para um vão livre de 75 m. Tem capacidade para 6.000 lugares sentados.

As fundações são constituídas por estacas de betão armado moldadas no terreno e encabeçadas por maciços corridos, travados entre si por escoras de betão armado. A estrutura de suporte da cobertura, dois pórticos implantados perpendicularmente ao cais, é constituída por contrafortes em betão armado, travados entre si por uma membrana (parede) também em betão armado, suportando no coroamento a laje de amarração dos cabos de sustentação da casca.

A cobertura é uma casca de directriz parabólica, com uma espessura constante igual a 20 cm em betão armado pré-esforçado, sendo que o betão é de agregados ligeiros (peso especifico da ordem dos 18 kN/m3) para diminuir o peso próprio, cujo total é de cerca de 1.400 toneladas.

A casca é sustentada por cabos de aço pré-esforçado e galvanizado distanciados entre si de 58 cm a eixo, sendo cada cabo constituído por sete cordões auto-embainhados. Entre as estruturas de suporte de um e do outro lado e o início da casca, os cabos têm uma trajectória livre de 1,56 m, sendo de 64,38 m o desenvolvimento da casca e 50,16 m a sua largura.

O comportamento estrutural da casca em si é o de uma estrutura suspensa do tipo catenária (assemelhada a uma parábola por se tratar de uma curva muito tensa), sendo irrelevante a sua rigidez à flexão e, consequentemente, a sua espessura. Por outras palavras, o betão da casca só serve para dar expressão à casca e proteger os cabos de pré-esforço.

Os impulsos dos cabos de sustentação, de magnitude apreciável, são suportados pela estrutura dos contrafortes que, na sua base, se ligam por escoras num funcionamento praticamente auto-equilibrado.

Do ponto de vista sísmico, a casca funciona como um oscilador independente da estrutura de sustentação mas transmitindo a esta as forças de inércia que gera.

O Pavilhão propriamente dito tem uma altura máxima de 14,6 m, uma área de implantação de aproximadamente 6.940 m2 e uma área de pavimentos de 18.920 m2 distribuída por quatro pisos habitados. As suas dimensões em planta dão de 90 por 73 m. No ângulo Noroeste destaca-se um corpo, igualmente de dois pisos e de 22,5 por 16,5 m, separado do edifício principal no 1º piso por uma galeria de 5 m de altura. O edifício desenvolve-se em torno de um pátio de 22,5 por 20 m, aterrado até à cota do rés-do-chão, de modo a permitir a plantação de uma árvore de grande porte. No extremo Norte, a planta dos vários pisos sofre uma articulação em U, sendo o espaço interno prolongado por muros que delimitam áreas ajardinadas.

As suas paredes portantes periféricas são em betão armado e a estrutura interior é constituída por núcleos resistentes interiores em betão armado e pilares e vigas metálicos, em perfis laminados, nos pisos elevados. As lajes dos pisos elevados são de estrutura mista em aço e betão leve (chapas colaborantes.)

As fundações do edifício são em estacas de betão armado moldadas no terreno, o que se explica pela natureza do terreno nas margens do Tejo. A cave é constituída por uma laje maciça de ensoleiramento geral, encabeçando as estacas e por paredes de contenção, pilares, núcleos resistentes interiores e laje fungiforme maciça no piso do rés-do-chão em betão armado.

Em termos de comportamento estrutural, as acções gravíticas e assimiláveis são suportadas por elementos resistentes verticais (pilares e paredes periféricas e interiores). Quanto às acções horizontais, com particular ênfase no sismo, são resistidas fundamentalmente pelas paredes periféricas (shear walls) e pelos núcleos de betão armado.

Data de Conclusão: 1998

Valor: 23.500.000 €

Quantidades de Trabalho:
Betão: 8.503 m3
Aço: 1.273 t
Cabos de aço: 62 t
Cimbre da casca: 45.000 m3
Estacas 1200 diam: 56 un
Estacas 800 diam: 40 un

Dono da Obra: Parque Expo'98, S.A.

Projecto: Arq.º Álvaro Siza Vieira"

A Citação. Em: http://www.opway.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=108&Itemid=106 . Acesso em: 19 de novembro de 2009.

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